Niterói, May 23, 2014
Published in the Observatório da Prostituição (link)
I am a research collaborator with the Observatório da Prostituição (Observatory on Prostitution), an extension project of the Metropolitan Ethnographic Lab – LeMetro/IFCS-UFRJ. This is their report of brothel raids in Rio’s sister city on Memorial Day.
In an absolutely illegal operation, this afternoon police from the 76th Police Precinct and the DEAM (Delegacy for the Women of Niterói) invaded four floors of a building where offices of self-organized prostitutes operated, a space that also houses diverse working women in the building above the Central Bank, in downtown Niterói. [Niterói is ten miles from Rio, across Guanabara Bay.]
The operation was part of downtown Niterói’s re-urbanization (hygienization) campaign. Without a warrant, police invaded diverse apartments, took more than 100 women to the precinct, and seized their goods. Women were attacked and raped – police forced them to perform oral sex and put their hands on the women’s genitals. At the end of the day, many women reported they were robbed of drinks from their offices (beer, whiskey, vodka and Red Bull) and had money stolen.
One woman who had worked the whole week to make money for her daughter’s birthday party on Saturday (tomorrow) had all of her money robbed, including any money to take the bus home.
One of the police who attacked one of the women screamed for whoever could hear, “You’re right, I hit her! She was swearing at me ” – as if that is motive to attack a woman, and as if the more than 100 women illegally detained had to sit quietly while they were squeezed into a 20-passenger van with more than 50 women inside.
This same policeman said, “The judge of this investigation told us not to bring anyone to the Police Precinct, but we brought them, didn’t we?!” acknowledging his actions had no judicial authorization.
Evidently these women were taken to the precinct so that the police could rob them of their money and belongings. The police have done this before to prostitutes, and they’re doing it again, because they are certain of their impunity and guaranteed that society will not hear their screams.
The investigation, open since October of 2013, is looking for exploitative actors among prostitutes. In April, over 20 women were taken to the precinct. The losses these women suffered, their cries and their loss of peace also falls on those who say they are liberal, but are against the regulation of prostitution.
We need those of you in the streets in support of prostitution, instead of debating against a bill they drafted themselves to regulate the industry. We need to demonstrate to the public power that social movements are united and on watch, and that NO WOMAN WILL BE LEFT BEHIND. Together we have the strength to avoid future abuses.
IT’S TIME FOR REGULATION!
Text by Indianara Alves Siqueira and Heloisa Melino.
Photo by Soraya Simões.
The Observatório da Prostituição (Observatory on Prostitution) is an extension project of the Metropolitan Ethnographic Lab – LeMetro/IFCS-UFRJ. Its objective is to circulate diverse perspectives on prostitution and promote the full recognition of the rights of prostitutes and their right to work. We accompany and contribute to the elaboration of public policy concerning the universe of sex work and sexual rights, seeking to incorporate undergraduates and graduate students to:
1) Construct a national map of violations of the human rights of prostitutes;
2) Accompany public policy and legislation around prostitution and the recognition of sex work in national and international contexts
3) Accompany urban interventions in areas of prostitution in Brazil, especially in the metropolitan region of Rio de Janeiro, principally during mega-sports events;
4) Organize and preserve the archive of non-profit Davida [Rio’s driving sex worker rights organization], in memory of the Brazilian movement of prostitutes, in consortium with the Public Archives of the State of Rio de Janeiro – APERJ, to subsidize new research and courses, and above all, legislation and public policies that fully address the inclusion of this category of citizens;
5) Conduct activities articulated by the associations of the Brazilian Network of Prostitutes, in areas of prostitution across the country;
6) Construction of Rio’s Museum of Sex.
The Observatory on Prostitution consists of an intersection of the Observatory of Sexuality and Policy, the Interdisciplinary Brazilian Association of AIDS – ABIA, and integrates the Universidade da Cidadania/UFRJ, with the vision of promoting debates, panels, expositions, course work and research on our right to sexual labor and health, policies for recognition, and other demands of the Brazilian Network of Prostitutes.
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Niterói, 23 de maio 2014
Publicado pelo Observatório da Prostituição
O Observatório da Prostituição é um projeto de extensão do Laboratório de Etnografia Metropolitana-LeMetro/IFCS-UFRJ.
Em uma operação absolutamente ilegal os policiais da 76ªDP e da DEAM de Niterói na tarde de hj invadiram os 4 andares aonde funcionavam salas de prostituição auto-organizadas, que também eram residência de diversas mulheres trabalhadoras no prédio em cima da Caixa Econômica, centro da cidade de Niterói.
A operação é parte do projeto de reurbanizacao (higienização) do centro de Niterói. Sem mandado judicial os policiais invadiram diversos apartamentos, levaram mais de 100 mulheres pra delegacia e apreenderam bens. Mulheres foram agredidas e mulheres foram estupradas – policiais forçaram a fazerem sexo oral e colocaram as mãos nas genitais de mulheres. Ao final do dia, diversas reportaram roubo de bebidas (cerveja, whisky, vodka e redbull) e roubo de dinheiro.
Uma mulher que trabalhou a semana inteira para poder fazer a festa de aniversário da filha no sábado (amanha) teve todo seu dinheiro roubado, inclusive ficando sem dinheiro de passagem.
Um dos policiais que agrediu uma das mulheres gritava a quem quisesse ouvir: “bati mesmo! Ela tava xingando palavrão” – como se isso fosse motivo para agredir uma mulher e como se aquelas mais de 100 mulheres tivessem que ficar quietas ao serem enfiadas juntas em um micro-ônibus de 20 lugares com mais de 50 mulheres.
Esse mesmo policial disse “A juíza do inquérito mandou nao levar ninguém pra DP, mas a gente trouxe, ne?!” Reconhecendo que não tinha sequer autorização judicial para a ação. É evidente que aquelas mulheres foram conduzidas à delegacia para que os policiais roubassem seus pertences e seu dinheiro. Fizeram e fazem isso com prostitutas pois têm certeza da impunidade e garantia de que a sociedade nao ouve o grito delas.
O inquérito, aberto desde outubro/2013 busca rufiãs entre essas prostitutas. Em abril mais de 20 delas foram levadas ao presídio. As perdas dessas mulheres, seu choro e a falta de paz delas também está na conta de todos vocês que são da Esquerda, mas são contra a regulamentação da prostituição.
Precisamos de vocês na rua em apoio às prostitutas e nao em debates contrariando um Projeto de Lei escrito por elas mesmas. Precisamos mostrar ao Poder Público que os movimentos sociais estão unidos e de olho e que NENHUMA MULHER SERÁ DEIXADA PARA TRÁS. Juntas e juntos temos força para evitar abusos futuros.
É PRECISO REGULAMENTAR JÁ!
Texto de Indianara Alves Siqueira e Heloisa Melino.
Foto de Soraya Simões.
O Observatório da Prostituição (link) é um projeto de extensão do Laboratório de Etnografia Metropolitana-LeMetro/IFCS-UFRJ, que tem como objetivo fazer circular sentidos variados da prostituição e promover o pleno reconhecimento dos direitos das prostitutas à cidade e ao trabalho sexual. Para tanto, acompanha e contribui para a elaboração de políticas públicas concernentes ao universo do trabalho sexual e dos direitos sexuais, buscando incorporar estudantes de graduação e pós-graduação para:
1) construção do mapa nacional das violações dos DH de prostitutas;
2) acompanhamento das políticas públicas e legislação voltadas à prostituição e ao reconhecimento do trabalho sexual em contextos nacional e internacional;
3) acompanhamento das intervenções urbanas em áreas de prostituição no Brasil e, em especial, na região metropolitana do Rio de Janeiro, sobretudo durante os megaeventos esportivos;
4) organização e tratamento do acervo da ong Davida, com a memória do movimento brasileiro de prostitutas, em consórcio com o Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro – APERJ, para subsidiar novas pesquisas, novos cursos e, sobretudo, legislação e políticas públicas que contemplem mais plenamente as reivindicações da categoria;
5) realização de atividades articuladas com as associações da Rede Brasileira de Prostitutas em áreas de prostituição de todo o país;
6) elaboração e montagem do Museu da Prostituição.
O Observatório da Prostituição constitui um eixo do Observatório de Sexualidade e Política, da Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids-ABIA. e integra a Universidade da Cidadania/UFRJ, visando, portanto, promover debates, oficinas, exposições, cursos e pesquisas sobre o direito ao trabalho sexual, saúde e sobre as respectivas políticas de reconhecimento destas e de outras demandas da Rede Brasileira de Prostitutas.
[…] Dieser Text zur Razzia wurde auf Englisch übersetzt: 100 sex workers illegally arrested, robbed and raped near Rio […]
[…] Naturally, the usual predators are taking advantage of the anti-whore hysteria: […]
[…] Brazil is cracking down on sex workers, and it’s getting really ugly. 100 sex workers were illegally arrested, robbed, and sexually assaulted in Rio on May 23rd. […]
[…] in downtown Niterói and arrested over 100 people—sex workers say their money was confiscated and several people reported being beaten or forced to perform oral sex on police. In response, sex workers and their allies took to the […]
[…] in downtown Niterói and arrested over 100 people—sex workers say their money was confiscated and several people reported being beaten or forced to perform oral sex on police. In response, sex workers and their allies took to the […]
[…] http://redlightr.io/100-sex-workers-illegally-arrested-robbed-and-raped-near-rio/ […]